A poesia não é enfeite —
é grito contido,
é sopro de alma
que atravessa o ruído do mundo.
Ela nasce no instante
em que as palavras comuns
já não bastam,
quando o coração fala
e só o verso entende.
Não é beleza por vaidade,
é beleza por verdade.
É gesto de resistência
contra a pressa,
contra a vida que corre sem sentir.
É pensamento perdido
que se acha entre rimas,
emoções cruas
que ganham forma,
nome, respiro.
É o avesso da rotina,
o reverso do previsível.
É o sentir que balança por dentro
e se derrama em letras.
Poesia é alma que se mostra —
sem armadura, sem filtro,
com todas as dobras da dor
e todas as faíscas do amor.
Porque viver,
de verdade,
é deixar-se tocar
por aquilo que não se vê
mas que, ainda assim,
nos transforma.
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