sexta-feira, 20 de junho de 2025

🏋️O Peso e a Potência do Silêncio

Silêncio não é ausência. É presença em outra frequência.

É a palavra que escolheu não ser dita.

É o gesto que se esconde entre respirações contidas e olhares desviados.

Muita gente fala demais por medo do silêncio, mas é justamente nele que mora a profundidade.

Psicologicamente, silenciar é quase sempre um movimento de defesa ou de introspecção. É quando o barulho de fora precisa parar para que o de dentro possa ser ouvido. É o intervalo entre o estímulo e a resposta — e, às vezes, é a resposta em si.

Mas o silêncio não é passivo.

Ele pode curar ou adoecer.

Pode ser o solo fértil da reflexão ou o abismo da omissão.

Depende do que se escolhe calar… e por quê.

Há silêncios que pacificam, que evitam confrontos desnecessários.

Há silêncios que protegem a própria dignidade diante de ataques vazios.

Mas há também silêncios que gritam por dentro, que escondem mágoas, que alimentam ressentimentos.

O velho ditado diz que “o silêncio é a melhor resposta”.

Mas nem sempre.

Há situações em que o silêncio se torna cúmplice da injustiça.

Há dores que só se curam quando nomeadas.

Há relações que se desfazem por falta de diálogo — não por excesso de conflito.

Silenciar, portanto, é uma escolha — e, como toda escolha, exige consciência.

É preciso saber quando o silêncio é sabedoria, e quando é apenas medo de enfrentar o necessário.

Em um mundo saturado de falas vazias, o silêncio pode ser um ato revolucionário.

Mas também pode ser um esconderijo confortável, onde a coragem se recusa a nascer.

Por isso, antes de calar, pergunte-se:

Estou silenciando para preservar a paz… ou para fugir de mim mesmo?

Porque o silêncio, no fundo, nunca é neutro.

Ele fala.

Sempre fala.

A questão é: estamos prontos para ouvir o que ele tem a dizer?


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