Dizem que a águia, a mais imponente das aves, vive longos anos — mas, para isso, precisa tomar uma difícil decisão quando chega à metade da sua vida.
Ao alcançar cerca de 40 anos, suas garras enfraquecem, o bico se curva demais, as penas tornam o voo pesado. Ela não consegue mais caçar como antes.
Então, precisa escolher: aceita a morte que se aproxima, ou enfrenta um processo doloroso de renovação?
Se decide viver, recolhe-se no alto de uma montanha.
Ali, sozinha, em silêncio, ela começa sua travessia.
Bate o bico contra as pedras até que ele caia.
Espera crescer um novo.
Com o novo bico, arranca as garras gastas.
Depois, uma a uma, remove as penas velhas.
É um processo lento, solitário e sofrido.
Mas, ao fim dele, renasce.
Revive.
E volta a voar — mais leve, mais forte, mais livre.
Essa história, real ou não, fala sobre todos nós.
Quantas vezes nos sentimos sobrecarregados, presos a hábitos antigos, a dores não curadas, a vínculos que já não sustentam nossas asas?
Quantas vezes tememos o processo de transformação por ele ser duro, solitário, incerto?
Mas o voo só recomeça depois da renúncia.
Renunciar ao que já não serve.
Desfazer-se do que pesa.
Esperar crescer o novo.
Aprender, inclusive, a habitar o silêncio necessário da montanha interna.
Nem todo recomeço é suave.
Às vezes, é preciso coragem para parar, rever, desapegar e refazer-se.
A águia não se reinventou no céu.
Ela se reconstruiu na rocha.
E só então voltou a voar.
Talvez seja essa a maior lição: voar bonito exige antes a coragem de pousar no lugar certo para mudar por dentro.
E isso, poucos estão dispostos a fazer.
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Versão revitalizada e reflexiva da lendária lição “O voo da águia”, com linguagem simbólica e aprofundamento no processo de transformação.
Por Mr. Jonas
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