A vida é estranha.
Chegamos com as mãos vazias e partimos do mesmo jeito.
E nesse intervalo, tão breve quanto intenso, lutamos — por espaço, por amor, por reconhecimento, por conquistas que, no fim, não podem ser levadas conosco.
Por que tanto apego?
Por que a necessidade de possuir, acumular, vencer, quando tudo isso é deixado para trás?
Será que medimos a vida pelas métricas erradas?
Vivemos correndo atrás de algo que nem sempre sabemos nomear.
E quando alcançamos, já queremos o próximo passo, o próximo degrau, o próximo desejo.
Mas… o que de fato permanece?
O que, dentre tudo o que fazemos, tem valor real — não de mercado, mas de memória, de alma?
A vida é complexa.
Nos lança perguntas que não têm resposta imediata.
Por que sofremos tanto por coisas pequenas?
Por que tantas pessoas vivem em conflito por motivos que se tornam irrelevantes com o tempo?
Por que insistimos em controlar o incontrolável?
Talvez o grande mistério da existência seja justamente esse: aprender a viver com leveza, mesmo sabendo que o final é o mesmo para todos.
Aceitar a finitude, sem se perder no medo.
Valorizar os vínculos, não os títulos.
Construir memórias, não apenas patrimônios.
No fim, o que levamos?
A intensidade com que amamos?
A verdade com que vivemos?
O bem que fizemos em silêncio?
A vida não espera garantias.
Ela é, por natureza, impermanente.
E talvez a maior sabedoria seja parar de tentar vencê-la — e começar, enfim, a vivê-la.
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