Nem sempre saber pra onde ir é fácil. A vida, muitas vezes, nos coloca em encruzilhadas onde os caminhos são nebulosos e o futuro parece um mapa sem legenda. Mas há uma bússola silenciosa que, com o tempo, aprendemos a ouvir: saber pra onde não voltar.
Parece pouco, mas é muito. Saber o que não queremos mais, o que não nos serve, o que machuca — já é um começo. É direção. É passo adiante.
Às vezes, a clareza não está no destino, mas na desistência de permanecer onde a alma já não cabe. E reconhecer isso exige coragem. Coragem de abandonar velhas versões, velhos lugares, velhas pessoas. De aceitar que nem todo caminho precisa ser revisitado. Que algumas portas, uma vez fechadas, devem permanecer assim — por paz, por sanidade, por amor-próprio.
Há relacionamentos que ensinaram mais pela dor do que pelo afeto. Há escolhas que pareceram certas, mas só mostraram o quanto nos distanciamos de nós mesmos. Há fases da vida que nos moldaram, mas que já não nos representam mais. Voltar seria negar o que aprendemos na caminhada.
E se direção é movimento, é bom lembrar: seguir em frente nem sempre é saber exatamente onde chegar, mas ter consciência do que deixar para trás. Cada “não volto mais” é um passo em direção a si. Cada “aqui não é mais o meu lugar” é uma bússola apontando para novos horizontes.
Saber pra onde não voltar também é um ato de amor — com a própria história, com o próprio tempo, com o que ainda está por vir.
Porque às vezes, o maior avanço é simplesmente não retroceder.
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