Hoje faz sentido o que a professora dizia:
— “Olha pra frente, a prova é individual.”
Naquele tempo, a gente achava que era só sobre não colar, não copiar do colega da frente, manter o olho na própria folha. Mal sabíamos que era um ensinamento disfarçado, uma lição de vida mascarada de regra de sala.
A prova era individual. E continua sendo.
Cada um enfrenta seus próprios desafios com a caneta da coragem e a borracha dos recomeços. A vida não aceita cola — o que é do outro, não serve pra nós. E mesmo que por um tempo pareça mais fácil seguir o caminho alheio, cedo ou tarde a conta chega. Porque o verdadeiro aprendizado vem do esforço, da tentativa, do erro, da lágrima engolida no silêncio.
Na prova da vida, o gabarito não está com ninguém.
A resposta certa pra mim pode não funcionar pra você.
Tem pergunta que só a gente sabe o peso,
e tem resposta que só o tempo revela.
E olhar pro lado atrasa. Compara. Confunde.
Olhar pra frente, como dizia a professora, é confiar.
É manter o foco, respirar fundo e continuar, mesmo sem ter certeza de todas as respostas.
É aceitar que errar também faz parte. Que não se sai ileso de todas as questões.
E que, no fim das contas, o que mais vale é ter feito a prova com verdade.
Hoje entendo: a vida também é uma sala silenciosa, onde cada um escreve sua história do seu jeito. E não dá pra copiar a jornada de ninguém.
Por isso, olho pra frente.
Com respeito ao que passou, com esperança no que virá.
Porque a prova é minha. E só eu posso fazê-la.
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