Tem um momento em que a gente se acostuma. E é aí que mora o risco.
A gente toma o café sem sentir o cheiro. Liga o chuveiro sem agradecer pelo banho quente. Sai de casa e nem nota o céu, as árvores, o som da vida lá fora. A gente esquece. Esquece que tem coisas que, um dia, pareceram sonho. Um lar. Um abraço. Um cachorro abanando o rabo como se o mundo estivesse inteiro nos esperando.
A gente vai empilhando os dias, como quem junta folhas secas no outono, e não percebe que cada uma tem uma história, um desenho próprio, uma beleza que não se repete.
Tem quem pense que felicidade mora nos grandes feitos, nas conquistas gritantes, nos dias em que tudo explode em festa. Mas, não. Ela mora é nas entrelinhas. Num filme visto debaixo da coberta. Na música que toca e parece escrita pra você. No cheiro de pipoca que invade a sala. Em dividir o silêncio com alguém que entende. Em voltar pra casa no fim do dia e saber que, ali, é o seu lugar no mundo.
Por isso, essa imagem não é só um desenho bonito. É um lembrete. Um aviso doce: cuidado ao se acostumar com as coisas e esquecer o quão incríveis elas são.
Porque o que é simples, se olhado com verdade, vira milagre. E a vida, quando olhada com calma, revela suas delicadezas — aquelas que a pressa faz a gente esquecer.
Então, hoje, antes de dormir, olhe em volta. Repare no que você tem. Repare no que já te faz bem — mesmo que você não diga em voz alta. A vida tá aí, pulsando nas pequenas coisas. E elas… elas são incríveis.
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