quinta-feira, 19 de junho de 2025

🗽Liberdade Não Se Negocia

A frase de Thomas Sowell — “A liberdade custou muito sangue e agonia para ser abandonada pelo preço barato da retórica” — é um alerta poderoso, que ecoa como advertência contra o esquecimento histórico e a superficialidade política dos tempos modernos. Em poucas palavras, Sowell nos obriga a refletir sobre o valor da liberdade e o risco de banalizá-la com discursos vazios, ideologias de conveniência ou narrativas sedutoras, porém perigosas.

A liberdade, como bem sabemos, não foi um presente gratuito da história. Ela foi conquistada à custa de vidas, sacrifícios e lutas que marcaram épocas. Povos inteiros resistiram a tiranias, romperam correntes, enfrentaram regimes autoritários e desobedeceram ordens injustas em nome de um direito essencial: o de viver com dignidade, sem opressão. Por isso, tratá-la hoje como mero tema de debate ou moeda de troca política é não só um erro, mas uma profunda desonra a esse legado.

Sowell, com sua visão crítica e libertária, atinge um ponto sensível do nosso tempo: a facilidade com que se abdica da liberdade em troca de promessas populistas, segurança ilusória ou discursos inflamados que parecem coerentes à primeira vista, mas escondem controle, censura e manipulação. É um fenômeno preocupante: quando as palavras tomam o lugar das ações, e a retórica substitui o comprometimento com princípios.

A “retórica barata” a que ele se refere não é apenas inofensiva tagarelice — é um veneno disfarçado de solução. São frases feitas que seduzem, slogans que inflamam e projetos de poder que prometem o bem coletivo, mas silenciosamente minam liberdades individuais. E o mais trágico: muitas vezes, com o consentimento daqueles que deveriam defendê-las com unhas e dentes.

Essa resenha, portanto, é também um lembrete: a liberdade precisa ser protegida, não apenas celebrada. Não basta dizê-la; é preciso vivê-la, sustentá-la, resisti-la. O sangue e a agonia que custaram sua conquista não podem ser ignorados em troca de conforto imediato ou narrativas bonitinhas. Liberdade não se negocia — se preserva.

E se algum dia ela parecer menos importante do que a tranquilidade do discurso, que nos lembremos: toda vez que a liberdade foi trocada por palavras, foi a liberdade que morreu primeiro.

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