Quando nos sentimos feridos ou magoados, a tendência é assumir o papel de vítima — e, nesse lugar, nos tornamos impotentes. Enquanto nos vemos como reféns da dor, entregamos ao outro o controle sobre nosso bem-estar. Mas há uma verdade difícil e libertadora: muitas das mágoas que carregamos nascem das ilusões que nós mesmos criamos.
Não se trata de culpa, mas de responsabilidade. Talvez você não tenha visto — ou não quis ver — as pessoas e situações como realmente eram. Criou expectativas, idealizou comportamentos, alimentou esperanças que não se sustentavam na realidade. E tudo isso contribuiu para a dor que veio depois.
É preciso coragem para admitir isso. Reconhecer que fomos nós que escolhemos acreditar em algo que não existia da forma como imaginávamos. As pessoas são o que são — não o que gostaríamos que fossem. E enquanto insistirmos em moldá-las às nossas fantasias, corremos o risco de nos decepcionar novamente.
Mas aqui está a parte transformadora: quando assumimos a nossa parcela de responsabilidade, ganhamos o poder de mudar. Podemos rever escolhas, aprender com os próprios enganos e, sobretudo, nos libertar. Deixar de repetir o mesmo padrão é um ato de amor-próprio.
Não se julgue. Se acolha. E se permita enxergar com mais clareza daqui em diante. A mágoa perde a força quando entendemos que temos sempre a chance de recomeçar — com mais lucidez, mais verdade e menos ilusões. Essa é a verdadeira liberdade.
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