O medo chega manso,
vestido de cuidado,
e sussurra devagar:
— “E se…?”
E se não for?
E se doer?
E se falhar?
E se cair?
O medo gosta de reticências.
Gosta de interromper caminhos
antes mesmo do primeiro passo.
Mas há uma outra voz,
mais silenciosa,
mais firme,
que diz sem tremer:
— “Mesmo se…”
Mesmo se for difícil, eu vou.
Mesmo se chover no caminho, eu sigo.
Mesmo se não for perfeito, vale.
Mesmo se cair, levanto, ajeito, recomeço.
O medo quer garantias.
A fé só quer coragem.
O medo desenha tragédias que não existem.
A fé costura possibilidades no tecido do incerto.
E assim a vida se faz —
entre quem paralisa no “e se”
e quem voa no “mesmo se.”
Porque viver nunca foi sobre certezas.
Foi, e sempre será,
sobre confiar,
sobre tentar,
sobre se lançar,
— mesmo se.
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