Numa manhã de verão, o banco mais próximo do coreto chamava atenção por um detalhe: um relógio de parede, preso a uma árvore, marcava sempre 11:11. Passantes comentavam que aquele era o “momento mágico” do dia. Ninguém lembrava quem pendurou o relógio ali, mas todos reparavam
Certo dia, uma jovem fotógrafa decidiu registrar o fenômeno. Voltou à praça às 11h10, preparou a câmera e esperou. Quando o relógio bateu 11:11, ela clicou. O flash iluminou o banco vazio.
Naquele instante, um senhor chegou, sentou-se e tirou do bolso um par de óculos antigos. Olhou para o relógio e sussurrou:
— É hora de lembrar.
Ele abriu um álbum de fotografias, mostrou uma foto em que aparecia criança brincando no banco. Era ele mesmo, com seu pai. Sorriu, fechou o álbum e partiu sem dizer mais nada.
A fotógrafa, ao revelar as imagens, descobriu que, naquele clique, aparecia também a sombra de uma segunda pessoa — invisível a olho nu, mas presente na fotografia. Ninguém mais viu o senhor nem o relógio na praça.
O banco, porém, ganhou uma lenda: todo dia às 11:11, se alguém estiver ali, pode sentir o eco de quem passou por ali antes — e lembrar que o tempo, mesmo parado, segue guardando histórias.
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