“O erro da pessoa é pensar que os silêncios são todos iguais." - Mia Couto
Existe um tipo de silêncio que acolhe. Aquele que surge quando as palavras seriam desnecessárias. Dois olhares se encontram e dizem tudo — sem barulho, sem ruído, sem pressa. Esse silêncio é casa by.
Mas há também o silêncio que pesa. Que esfria os ambientes, que cria muros invisíveis, que transforma presenças em ausências. É aquele silêncio que não é paz, é distância.
O erro é achar que todo silêncio é descanso. Que todo calar é serenidade. Não é. Tem silêncio que cura e tem silêncio que machuca. Tem silêncio que protege e tem aquele que fere mais do que qualquer palavra mal dita.
Às vezes, o silêncio é sabedoria. Outras, é fuga. Às vezes, é amor maduro que não precisa ser explicado. Outras, é orgulho ferido que não quer se render.
Por isso, é preciso aprender a escutar os silêncios. Eles falam. Gritam, às vezes. Dizem coisas que a boca não tem coragem, que o coração não sabe organizar em frases.
E, no fim, talvez a maior habilidade da vida seja essa: saber distinguir quando o silêncio é abraço… e quando é despedida disfarçada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário