sábado, 14 de junho de 2025

Ore, mas caminhe

Ore.

Ore com fé. Com o coração aberto. Com a esperança de quem sabe que existe algo maior cuidando dos caminhos invisíveis.

Mas não pare aí.


Ore, mas estude.

Porque a bênção precisa de preparo para se sustentar. Milagres podem até acontecer de forma inesperada, mas geralmente escolhem pousar sobre quem se levantou cedo, quem persistiu, quem leu mais uma página quando o cansaço gritava.


Ore, mas envie o currículo.

Porque portas não se abrem com intenções guardadas na gaveta. É preciso bater, tentar, errar, recomeçar. Deus abre caminhos, mas é você quem precisa caminhar até eles.


Ore, mas mude os hábitos.

A oração não substitui a disciplina. Você pode pedir paz, mas se continuar alimentando o caos, ela não encontrará espaço. Pode pedir saúde, mas se o corpo estiver sendo negligenciado, como esperar resposta?


Ore, mas vá ao médico.

A fé é remédio para a alma, mas a ciência é dádiva divina também. Deus se manifesta em diagnósticos, em tratamentos, em mãos humanas que aprendem a curar.


Ore, mas tome decisões.

A indecisão paralisa. E quem vive em cima do muro perde o que passa dos dois lados. Deus abençoa escolhas, não zonas de conforto.


Ore, mas se posicione.

Porque espiritualidade não é passividade. É coragem. É verdade. É lutar pelo que é justo, é saber dizer não, é assumir quem você é — mesmo quando isso desagrada.


A oração é ponte, mas quem atravessa é você.

É direção, mas quem vira o volante é sua escolha.

É base, mas a construção exige mãos, tempo, esforço.


Então ore, sim.

Mas viva como quem acredita que a fé não substitui a ação — ela a ilumina.

Ore com os joelhos, mas também com as atitudes.

Porque, no fim, Deus não abençoa apenas quem pede…

Ele abençoa, sobretudo, quem age.

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