O tempo é como um trem sem freio.
Não avisa a partida, não reduz a marcha, não para para embarques atrasados. Ele simplesmente vai.
Rápido, impiedoso, certeiro.
Ontem já ficou para trás. Nem deu tempo de organizar tudo que a gente queria viver. Algumas palavras ficaram entaladas, alguns encontros foram adiados, alguns sonhos ficaram no rascunho. O ontem já foi, e com ele foram as promessas feitas no começo do ano, os planos que dissemos “mais tarde eu faço”, as pessoas que pensamos que estariam sempre por perto.
O hoje? Está escorregando pelos dedos.
Você percebe?
A manhã já se foi, a tarde correu, e a noite, quando chega, vem carregada de cansaços, de “amanhã eu tento de novo”, de “segunda-feira eu começo”.
Mas segunda-feira também vira ontem.
Vivemos com a ilusão de que há tempo para tudo.
Tempo para amar depois.
Tempo para pedir desculpas depois.
Tempo para mudar de caminho, de profissão, de vida — depois.
Só que o tempo não para para ninguém.
E cada dia que a gente vive no “modo automático” é um dia que jamais retorna.
A vida não reembolsa minutos mal vividos.
Não devolve abraços que não demos, nem pausas que não fizemos.
Ela apenas segue. Como um trem, que não pergunta se você está pronto para embarcar.
Talvez o maior desafio de viver seja justamente este:
entender que a urgência não está no relógio, mas na alma.
E que viver de verdade não é acelerar, é acordar — para o agora.
Porque o ontem já partiu.
E o hoje…
O hoje está quase no fim.
Antes que esse trem vire lembrança, desça.
Sinta o vento no rosto.
Diga o que precisa ser dito.
Viva com presença.
E não se esqueça:
o tempo não espera — mas você pode parar, respirar e, enfim, escolher viver.
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