Tem dias que ela vem, sem dizer por quê,
Escorrega nas frestas do pensamento,
Senta no peito, faz morada, sem bater.
E de repente, sou só lembrança e sentimento.
Traz cheiro de abraço que não volta,
Vozes guardadas no fundo da memória,
Risos que o tempo não leva nem solta,
Fragmentos vivos de uma velha história.
Saudade… ah, palavra que dói e acalma,
É ausência que pulsa, queima, abraça,
É visita que não pede permissão pra alma,
E transforma silêncio em lágrima que não passa.
É o preço — justo e cruel — de ter vivido,
De ter amado, sorrido, tocado, sentido.
Se hoje dói, é porque valeu.
E se o peito aperta… é porque foi real.
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