Tenho vivido de reflexão.
Não como quem busca respostas definitivas,
mas como quem tenta, ao menos,
ser honesto consigo mesmo.
Não sou dono da verdade.
Ela não me pertence,
não pertence a ninguém.
Sou só mais um ser
feito de falhas,
de tropeços,
de vontades e ausências,
de desejos que se confundem
entre a alma e o coração.
Queremos tanto,
buscamos tudo,
abraçamos o mundo,
e às vezes…
somos só nada.
Nada.
E não —
não é desvalorizar a vida.
É só reconhecer sua brevidade,
sua fragilidade,
esse sopro que se vai
quando menos esperamos.
Então eu me pergunto,
te pergunto,
pergunto ao mundo:
Pra quê?
Pra que tanto orgulho?
Pra que a inveja,
a soberba,
a vaidade,
o ciúme,
a ganância,
a falsidade,
a arrogância,
a avareza?
Pra quê,
se o fim é o mesmo
pra mim,
pra você,
pra qualquer um?
Na morte…
não há diferença.
O rico e o pobre,
o preto e o branco,
o chefe e o empregado,
o famoso e o anônimo —
todos, um dia,
seremos pó.
Seremos saudade.
Seremos memória.
Seremos uma lágrima
que escorre no rosto
de quem nos amou.
Seremos um retrato —
na parede,
no quarto,
no jazigo,
ou perdido
em algum canto
de qualquer lugar.
Se entendêssemos isso antes,
talvez a vida fosse mais leve.
Menos disputa.
Mais abraço.
Menos vaidade.
Mais amor.
Porque, no fim,
é só isso que fica.
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