Vivemos na era da exaustão disfarçada de produtividade. Onde o descanso virou luxo, e o cansaço, medalha de honra. Somos ensinados que parar é sinal de fraqueza, que desacelerar é coisa de quem não quer vencer.
A vida virou uma corrida sem linha de chegada. Um ciclo infinito de prazos, cobranças e metas que nunca se esgotam. E a gente, feito máquina, tenta se convencer de que dá conta de tudo — mesmo quando o corpo grita, mesmo quando a alma pede socorro em silêncio.
Se puder, descanse. Porque descansar é, sim, um ato de resistência. É dizer ao mundo que você não é peça de engrenagem, que não nasceu pra viver no automático.
Mas se não puder — porque nem sempre o mundo permite, nem sempre a realidade oferece essa escolha — então, respire. Respire fundo. Porque o ar ainda é gratuito. Porque, às vezes, o que nos salva não é parar, mas encontrar fôlego no meio do caos.
Que a gente aprenda, pelo menos, a não se abandonar no meio dessa pressa. Que, mesmo sem pausa, ainda caiba um pouco de cuidado — mesmo que seja só na forma de um suspiro.
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