Você coube sem esforço,
como quem sempre esteve ali.
Entre os versos soltos das canções,
no silêncio das entrelinhas,
no detalhe que ninguém notava —
mas que, de repente, virou tudo.
Coube nos filmes que emocionam,
nas cenas que fazem chorar
sem saber bem por quê.
Coube nas frases grifadas dos livros,
naquelas que a gente relê
pra tentar entender o que sente.
Você entrou nos sonhos
sem pedir licença,
fez morada nos planos,
nos lugares que ainda nem visitei
mas que, por algum motivo,
já têm o seu nome.
Coube no tempo e no espaço,
no agora e no depois,
no antes que nem sabia que faltava algo.
Coube no coração —
não como peso,
mas como paz.
E então, entendi:
há pessoas que não chegam.
Elas simplesmente
acontecem.
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