terça-feira, 17 de junho de 2025

A arte de escolher é, antes de tudo, a coragem de deixar para trás

Uma pessoa diante de dois caminhos, duas portas, duas possibilidades. E uma verdade simples, porém profunda: “Toda escolha depende de uma renúncia. Não se entra em duas portas ao mesmo tempo.”


Escolher é um ato de liberdade, mas também de perda. Sempre que decidimos por algo — uma profissão, um amor, um caminho — estamos, ainda que discretamente, virando as costas para tudo o que não foi escolhido. É a natureza do tempo: não há como viver todos os roteiros possíveis de uma só vez.

Por isso, tanta gente evita escolher. O medo de renunciar paralisa. Queremos manter todas as janelas abertas, todos os amores possíveis, todas as rotas acessíveis. Mas o preço de não escolher é viver pela metade. É estar em todas as possibilidades e, ao mesmo tempo, em nenhuma delas.

A sabedoria está em compreender que renunciar não é perder — é se comprometer com o que importa. É entender que abrir uma porta é confiar que, atrás dela, algo de verdadeiro nos espera. É não se culpar pelo que ficou do lado de fora, mas honrar o que se vive dentro do que se escolheu.

A vida não pede certezas absolutas, mas presença real. E para estar inteiro em um caminho, é preciso ter coragem de deixar outro para trás.

Não se entra em duas portas ao mesmo tempo — mas podemos, sim, atravessar uma delas com o coração inteiro. E isso, por si só, já muda tudo.

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