Ninguém espera encontrar luz em plena escuridão. Mas há momentos, e há flores, que escolhem justamente a noite para florescer.
A imagem fala com o silêncio de quem já sofreu, já foi esmagado pelos passos apressados do mundo, já sentiu o frio da solidão sob um céu sem estrelas. Mas ali, firme na terra escura, uma flor — pequena, delicada, mas acesa por dentro — insiste em existir. Ela não espera o sol para mostrar sua beleza. A própria lua parece ajoelhar-se diante dela, reconhecendo que, mesmo na ausência do dia, há vida que brilha.
Algumas pétalas já se desprenderam, levando consigo histórias que só a flor conhece. São dores que viraram dança. São perdas que viraram luz. E a cada semente lançada ao céu noturno, um novo recomeço se anuncia — como quem entende que é preciso deixar ir, para poder continuar sendo.
Talvez sejamos todos um pouco como essa flor: tentando crescer em terrenos difíceis, desabrochando quando ninguém mais acredita, e enviando ao universo as partes de nós que já cumpriram seu tempo.
Nem toda luz vem do alto. Às vezes, ela nasce do chão.
E a flor que brilhou na noite nos lembra, silenciosamente, que o essencial da existência não é ser visto… é iluminar, mesmo sem plateia.
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