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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Amanhãs não são infinitos

Sempre achei curioso como a gente adia a vida.

“Na segunda eu começo.”

“Quando as coisas melhorarem.”

“Assim que eu tiver mais tempo…”

E assim vamos, empilhando desculpas com a mesma destreza de quem empilha louça na pia — sempre deixando pra depois, confiando que haverá outro dia, outra chance, outro fôlego.

Mas o tempo não é um contrato vitalício. Ele é mais parecido com aquele pôr do sol que, se você não olha agora, quando percebe… já foi.

A gente vive como se os ‘amanhãs’ fossem infinitos. E não são. Existe uma quantidade limitada deles — ninguém sabe exatamente qual — mas sabemos que eles acabam. E quando acabam, sobra aquele gosto amargo das coisas que nunca foram feitas.

Por isso, se é pra amar, que seja hoje.

Se é pra pedir desculpas, que não demore.

Se é pra começar, que comece.

Se é pra mudar de caminho, que mude agora.

Porque, no fim das contas, o depois é só uma promessa que o tempo nunca fez.

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