Sempre achei curioso como a gente adia a vida.
“Na segunda eu começo.”
“Quando as coisas melhorarem.”
“Assim que eu tiver mais tempo…”
E assim vamos, empilhando desculpas com a mesma destreza de quem empilha louça na pia — sempre deixando pra depois, confiando que haverá outro dia, outra chance, outro fôlego.
Mas o tempo não é um contrato vitalício. Ele é mais parecido com aquele pôr do sol que, se você não olha agora, quando percebe… já foi.
A gente vive como se os ‘amanhãs’ fossem infinitos. E não são. Existe uma quantidade limitada deles — ninguém sabe exatamente qual — mas sabemos que eles acabam. E quando acabam, sobra aquele gosto amargo das coisas que nunca foram feitas.
Por isso, se é pra amar, que seja hoje.
Se é pra pedir desculpas, que não demore.
Se é pra começar, que comece.
Se é pra mudar de caminho, que mude agora.
Porque, no fim das contas, o depois é só uma promessa que o tempo nunca fez.
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