✨Não há nada de errado em celebrar uma vida simples. - J. R. R. Tolkien
O mundo grita. Grita por mais. Por mais conquistas, mais resultados, mais números, mais pressa. Ser simples, hoje, quase parece um ato de rebeldia. Como se viver uma vida sem grandes holofotes fosse sinal de fracasso, de quem não “deu certo”.
Mas quem foi que decidiu isso? Quem decretou que só é valioso quem corre, quem aparece, quem ostenta, quem não para nunca?
Eu, sinceramente, começo a desconfiar que talvez o verdadeiro sucesso esteja em outra direção. Está no café coado devagar, no cheiro de bolo saindo do forno, na caminhada sem pressa na rua da esquina, no pôr do sol assistido da própria janela. Está na mesa posta sem luxo, mas cheia de afeto. Está na conversa despretensiosa com quem se ama, nas risadas bobas, nas pequenas rotinas que se repetem — e que, justamente por isso, sustentam a vida.
Tem uma beleza discreta na vida simples. Uma beleza que não precisa de aplausos, nem de curtidas, nem de validação. Ela só é. Está no silêncio depois da chuva. Na roupa cheirando a sol. No gato dormindo no canto da sala. No cheiro da terra molhada. No barulho do vento passando entre as folhas.
Mas, claro, isso não dá post viral. Não rende manchete. Não vira meta de produtividade. E é justamente por isso que muita gente não percebe: a vida simples não chama atenção — ela chama a alma.
Celebrar a simplicidade não é desistir dos sonhos grandes. É entender que eles não são os únicos que importam. É reconhecer que há grandeza no pequeno, riqueza no cotidiano, poesia no comum.
Tolkien, que tanto escreveu sobre mundos mágicos e aventuras épicas, sabia bem disso. Porque, no fundo, até nas maiores jornadas, são as coisas simples que fazem tudo valer a pena. O lar. O pão quente. A amizade. O caminho de volta.
Talvez, no fim das contas, o maior tesouro seja exatamente esse: viver uma vida que não precisa ser grandiosa aos olhos do mundo, mas que faz sentido aqui dentro, no silêncio do próprio coração.
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