Há dias em que o mundo parece demais. Gente demais, barulho demais, cobranças, expectativas, urgências. E a gente vai se apertando, se esticando, tentando caber nas exigências, nos papéis, nas imagens que esperam da gente.
Mas chega um ponto em que o corpo avisa. Ou o coração. Ou aquele cansaço sem nome que chega no meio da tarde. A alma pede pausa.
E então, se a gente escuta, começa devagar um movimento silencioso e sagrado: o de cuidar de si.
Não falo de luxo, nem de fuga. Falo de atenção. De gentileza. De um chá feito com calma, de uma respiração mais consciente, de um “não” dito com amor, de um sono respeitado. Falo de passar a mão no próprio ombro e dizer: “tá tudo bem ir mais devagar”.
Porque o cuidado que oferecemos a nós mesmos muda o jeito como habitamos o mundo.
Quando a gente se trata com ternura, começa a olhar o outro com mais compaixão.
Quando se escuta, aprende a ouvir.
Quando se respeita, desaprende a julgar.
A verdade é que a forma como nos acolhemos molda a forma como caminhamos.
E quem anda em paz por dentro, espalha leveza onde passa.
Cuidar-se é isso: voltar para casa. E descobrir que, dentro da gente, ainda há espaço, ainda há tempo, ainda há cura.
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