“Os mortos recebem mais flores que os vivos, porque o remorso é mais forte que a gratidão.”
Anne Frank, ainda tão jovem, entendeu o que muitos de nós demoramos uma vida inteira para perceber.
Vivemos adiando gestos.
Guardamos palavras bonitas para discursos póstumos, elogios para datas redondas, abraços para “quando der tempo”.
E, enquanto isso, o tempo… passa.
A verdade é que nos acostumamos à ausência para valorizar a presença.
É só quando alguém se vai — ou se afasta — que a gente percebe o quanto ficou por dizer, por oferecer, por sentir.
Quantas flores ainda estão esperando por um gesto?
Quantos “obrigado”, “te admiro”, “você é importante pra mim” não foram ditos por vergonha, distração ou medo?
Quantos cafés recusados com um “outro dia a gente marca” nunca chegaram a acontecer?
A gratidão, quando sincera, deveria ser urgente.
Não por obrigação, mas por consciência.
Porque ninguém é eterno — nem nós, nem os outros.
E o tempo não avisa quando vai virar saudade.
Não espere funerais para se lembrar do valor de alguém.
Não leve flores a quem já não pode cheirá-las.
Entregue agora: um carinho, um elogio, uma presença verdadeira.
Porque o mundo já tem flores demais em cemitérios e de menos nas mãos dos vivos.
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