“Ocupa-te apenas do que podes controlar.”
A frase é de Epicteto — um sábio estoico, que sabia exatamente onde mora boa parte do nosso sofrimento: na tentativa inútil de controlar o incontrolável.
A gente vive tentando dar conta de tudo.
Do que sentimos.
Do que os outros sentem.
Do que os outros pensam sobre o que sentimos.
Do tempo, da sorte, da resposta que não veio, da crítica que doeu, da ausência que insiste, do futuro que ainda nem chegou.
É exaustivo carregar o mundo nas costas quando mal damos conta do próprio corpo.
E mais do que exaustivo: é improdutivo.
Porque enquanto gastamos energia tentando mudar o que não depende de nós, deixamos de agir no que de fato está ao nosso alcance.
O estoicismo, com sua simplicidade dura e libertadora, nos convida a uma vida mais consciente.
Não é sobre indiferença, é sobre sabedoria.
Sobre entender que existem fronteiras — e que respeitá-las é sinal de força, não de fraqueza.
Você não pode controlar o clima, mas pode levar o guarda-chuva.
Não pode mudar os outros, mas pode mudar a forma como reage a eles.
Não pode garantir o desfecho, mas pode honrar o caminho.
Ocupa-te, então, do que te pertence:
Teus pensamentos.
Tuas ações.
Tuas escolhas.
Teus limites.
Teu silêncio e tuas palavras.
O resto — o que foge das tuas mãos — entrega, aceita, solta.
Às vezes, saber soltar também é uma forma de continuar firme.
Porque quem se ocupa só do que pode controlar vive mais leve, mais lúcido e, sobretudo, mais livre.
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