domingo, 15 de junho de 2025

É inútil tentar controlar o incontrolável

 “Ocupa-te apenas do que podes controlar.”

A frase é de Epicteto — um sábio estoico, que sabia exatamente onde mora boa parte do nosso sofrimento: na tentativa inútil de controlar o incontrolável.

 

A gente vive tentando dar conta de tudo.

Do que sentimos.

Do que os outros sentem.

Do que os outros pensam sobre o que sentimos.

Do tempo, da sorte, da resposta que não veio, da crítica que doeu, da ausência que insiste, do futuro que ainda nem chegou.

 

É exaustivo carregar o mundo nas costas quando mal damos conta do próprio corpo.

E mais do que exaustivo: é improdutivo.

Porque enquanto gastamos energia tentando mudar o que não depende de nós, deixamos de agir no que de fato está ao nosso alcance.

 

O estoicismo, com sua simplicidade dura e libertadora, nos convida a uma vida mais consciente.

Não é sobre indiferença, é sobre sabedoria.

Sobre entender que existem fronteiras — e que respeitá-las é sinal de força, não de fraqueza.

 

Você não pode controlar o clima, mas pode levar o guarda-chuva.

Não pode mudar os outros, mas pode mudar a forma como reage a eles.

Não pode garantir o desfecho, mas pode honrar o caminho.

 

Ocupa-te, então, do que te pertence:

Teus pensamentos.

Tuas ações.

Tuas escolhas.

Teus limites.

Teu silêncio e tuas palavras.

 

O resto — o que foge das tuas mãos — entrega, aceita, solta.

Às vezes, saber soltar também é uma forma de continuar firme.

Porque quem se ocupa só do que pode controlar vive mais leve, mais lúcido e, sobretudo, mais livre.

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