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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Entre a Paciência e a Perda de Tempo

Existe uma linha tênue, quase invisível, que separa a virtude da paciência do abismo que é a perda de tempo. E, muitas vezes, só percebemos que cruzamos essa linha quando já estamos do outro lado — frustrados, cansados e cheios de vazios.

Paciência é espera com propósito. É confiar no processo, entender que certas coisas têm seu próprio ritmo, que a vida não trabalha no nosso cronômetro. É regar sementes sabendo que elas não brotam no primeiro dia. É aguardar a resposta, o retorno, o amadurecimento, mas com consciência de que aquilo vale a espera.

Perda de tempo, por outro lado, é insistir onde não há terreno fértil. É esperar mudanças em quem não quer mudar. É colocar energia em portas que não se abrem, em promessas que nunca saem da boca para a vida. É se prender ao que só te atrasa, na esperança de que, um dia, magicamente, aquilo se transforme.

Saber a diferença é, talvez, uma das grandes lições da vida. E dói aprender. Dói perceber que nem todo investimento emocional retorna. Que nem toda espera é sinal de amor, às vezes é só medo de soltar.

Por isso, é preciso observar: aquilo que te faz crescer, que te acalma, que te nutre — isso é paciência. Aquilo que te desgasta, te paralisa, te suga — isso, meu amigo, é perda de tempo.

Que a gente aprenda, com a coragem que a vida exige, a soltar o que não floresce. E a esperar, com o coração tranquilo, aquilo que realmente vale a pena.

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