segunda-feira, 16 de junho de 2025

Entre Partidas e Chegadas

Toda partida é dor disfarçada,

é ausência que se insinua no espaço vazio,

é adeus que não sabe ser inteiro.

 

Mas… sobre partidas,

existem também chegadas.

Nem tudo que vai, vai para sempre.

Nem todo fim é desfecho —

às vezes, é só início com outro nome.

 

Quem parte, leva um pouco de nós.

Mas, às vezes, deixa espaço

para que algo novo chegue,

para que outro abraço encontre lugar,

para que a vida, em sua dança misteriosa,

nos surpreenda mais uma vez.

 

Partir dói, sim.

Mas chegar cura.

É o ciclo secreto do tempo,

é o vai-e-vem do destino,

é a forma como o universo nos ensina

a perder com ternura

e a ganhar com gratidão.

 

Entre a partida e a chegada,

há um intervalo de silêncio,

um tempo de espera,

um espaço onde crescemos,

onde aprendemos a confiar

naquilo que ainda não vemos.

 

Porque no fim —

ou melhor, no recomeço —

a vida se revela assim:

cada adeus carrega, em segredo,

um novo “olá” que ainda não entendemos.

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