Somos sopro, somos brisa,
somos um risco leve no papel do tempo.
Passageiros de um instante
num universo que não tem fim, nem começo.
Um piscar de olhos cósmico,
uma centelha entre o ontem e o nunca.
Enquanto estrelas nascem e morrem em silêncio,
nós amamos, choramos, sonhamos —
com urgência.
A eternidade nos observa
com a calma dos que não têm pressa,
mas nós, tão breves,
tentamos caber no mundo inteiro
em um punhado de dias.
E talvez seja isso que nos torna belos:
o fato de sabermos que acaba,
e mesmo assim…
acreditarmos, nos lançarmos,
amarmos como se fosse sempre.
Pois mesmo sendo quase nada,
somos tudo o que agora existe.
Uma pequena fração de segundos
em um universo que dura infinitos —
mas que só conhece o amor
porque passamos por ele.
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