A vida é um espelho quebrado. Cada pedaço reflete uma versão de quem somos — às vezes inteira, às vezes torta, às vezes irreconhecível.
Há dias em que me olho e vejo força. Uma força que nem sempre grita, mas que resiste. Que se reinventa entre os escombros dos dias difíceis, que aprende a se fazer casa dentro do próprio peito, mesmo quando o mundo lá fora parece desabar.
Mas, honestamente, há dias em que tudo o que vejo é fragilidade. E aprendi que isso não é fraqueza — é só humanidade transbordando. É a pele fina que sente demais. É o cansaço que pesa, o nó na garganta que insiste, a lágrima que teima em cair sem que eu peça.
Cada parte de mim carrega um pedaço dessa história — com seus medos, suas curas, suas verdades inegociáveis. Tem cicatriz que me lembra de onde eu vim. Tem sorriso que conta onde escolhi ficar. E tem silêncio que revela mais do que qualquer palavra.
A verdade é que a gente vive em estado bruto de transformação. E toda mudança exige que a gente se despedace um pouco. Perder versões antigas, acolher as novas, entender que não dá pra ser o tempo todo quem esperam — nem mesmo quem, ontem, juramos que seríamos.
Entre forças e fragilidades, sigo. Porque é nesse equilíbrio imperfeito que mora o que me faz ser exatamente quem eu sou. Com dores, amores, quedas, recomeços. E, sobretudo, com a coragem de existir do jeito mais honesto possível.
No fim, somos isso: obra inacabada. Mas, ainda assim, inteira.
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