Vivemos tempos de barulho.
Tudo grita, tudo se exibe. Viver virou performance. Amar, vitrine. Conquistar, um anúncio patrocinado. Parece que nada existe se não for aplaudido — e de preferência, viralizado.
Mas há quem prefira o contrário.
Gente que vive no “off”, mas conquista no “off”. Que não precisa dizer que está feliz para estar. Que ama sem fazer alarde, que celebra sem precisar mostrar. Essas pessoas existem — e talvez sejam as únicas que ainda conseguem proteger as coisas boas do mundo.
Porque a verdade é que tem gente que estraga o que é bom só por estar perto. Gente que inveja sem dizer. Que finge torcida, mas espera a queda. Que não suporta a felicidade alheia se não for a protagonista. E, por isso, há amores que se desfazem, sonhos que se desidratam, planos que azedam antes mesmo de amadurecer.
A gente vai aprendendo.
Aprendendo que silêncio também é sabedoria. Que nem tudo o que é bonito precisa ser exposto. Que felicidade demais em vitrine atrai dedo sujo. E que preservar é, muitas vezes, o maior gesto de amor que podemos ter por nós mesmos e pelo que construímos.
Então viva, sim. Mas não se explique tanto.
Conquiste. Mas não precise provar.
Ame. Mas sem distribuir mapas do caminho.
Nem tudo precisa ser postado, comentado, curtido.
O que é verdadeiro se fortalece no invisível — cresce no cuidado, floresce no silêncio e se protege no fora do alcance.
Algumas coisas boas só sobrevivem mesmo… quando ninguém sabe onde estão.
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