domingo, 15 de junho de 2025

O Amor Segundo o Lobo

Dizem que o lobo, quando ama, não repete.

Não troca, não desvia, não desiste.


Ele escolhe — uma única vez.

E permanece.

Não por falta de opções, mas por convicção.


No mundo do lobo, lealdade não é adorno, não é promessa feita ao vento.

É raiz. É instinto. É verdade que pulsa no peito.


Ele protege. Divide. Se entrega.

Não se alimenta sozinho, não abandona o fraco, não recua diante da dor.

Se for preciso, espera. Se for preciso, luta.

Mas nunca — nunca — sozinho.


O lobo não busca conforto.

Busca presença.

Busca um coração que caminhe ao lado, mesmo nas trilhas mais frias e silenciosas.


E quando ama, não é com palavras vazias, mas com gestos inteiros.

Não diz que ama todos os dias — ele demonstra.


Mesmo cercado pelo inverno, pela fome, pelo perigo, ele mantém acesa a mesma chama do primeiro olhar.

Porque o amor do lobo não é passageiro — é permanente.

Não se enfraquece com o tempo.

Molda o tempo.


Num mundo onde muitos trocam de pele para se encaixar, ainda existem aqueles que escolhem permanecer com a alma intacta.


E ficar, neste mundo de inconstâncias, é uma forma rara — e bela — de amar. 

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