Dizem que o lobo, quando ama, não repete.
Não troca, não desvia, não desiste.
Ele escolhe — uma única vez.
E permanece.
Não por falta de opções, mas por convicção.
No mundo do lobo, lealdade não é adorno, não é promessa feita ao vento.
É raiz. É instinto. É verdade que pulsa no peito.
Ele protege. Divide. Se entrega.
Não se alimenta sozinho, não abandona o fraco, não recua diante da dor.
Se for preciso, espera. Se for preciso, luta.
Mas nunca — nunca — sozinho.
O lobo não busca conforto.
Busca presença.
Busca um coração que caminhe ao lado, mesmo nas trilhas mais frias e silenciosas.
E quando ama, não é com palavras vazias, mas com gestos inteiros.
Não diz que ama todos os dias — ele demonstra.
Mesmo cercado pelo inverno, pela fome, pelo perigo, ele mantém acesa a mesma chama do primeiro olhar.
Porque o amor do lobo não é passageiro — é permanente.
Não se enfraquece com o tempo.
Molda o tempo.
Num mundo onde muitos trocam de pele para se encaixar, ainda existem aqueles que escolhem permanecer com a alma intacta.
E ficar, neste mundo de inconstâncias, é uma forma rara — e bela — de amar.
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