Quer conhecer o significado da vida?
Vá a três lugares: um hospital, um cemitério e uma prisão.
Não é preciso ir com pressa. Nem com medo.
Mas vá com o coração aberto — disposto a escutar o que a vida só sussurra quando a gente se aproxima do essencial.
No hospital, a lição vem com cheiro de álcool, passos apressados e olhos cansados.
Ali, o tempo muda de nome.
Minutos viram eternidades.
E aquilo que antes parecia pequeno — como respirar fundo, segurar uma mão, ouvir a voz de quem se ama — se transforma em milagre.
No hospital, aprendemos que a vida não se mede em anos, mas em presença.
Ali, tudo o que é vaidade desbota.
Sobra só o que importa: saúde, afeto e fé.
No cemitério, o silêncio fala.
Entre lápides e flores murchas, a gente entende que ninguém parte levando o que tem, mas apenas o que foi.
Ali, títulos não fazem diferença. Aparências perdem o sentido.
Restam os nomes, as datas e as lembranças que cada um deixou.
O cemitério não ensina a morrer. Ensina a viver melhor.
A lembrar que o tempo não volta, e que amar hoje vale mais do que prometer para depois.
Na prisão, a liberdade vira ausência.
As grades revelam o peso das escolhas, dos erros, das dores acumuladas.
Mas ali também existe gente.
Gente que errou. Que sonha. Que carrega histórias atravessadas por ausências, fome e abandono.
Na prisão, entendemos que justiça não é só punição.
É também reflexão, reparo, recomeço.
E que ninguém nasce para estar ali — mas muitos chegam porque a vida lhes negou oportunidades muito antes da primeira queda.
Esses três lugares não são pontos turísticos.
São espelhos.
Refletem tudo o que tentamos esconder na correria dos dias: nossa fragilidade, nossa finitude, nossa responsabilidade com o outro.
Mário Sérgio Cortella nos convida a esses lugares não pelo choque, mas pela lucidez.
Porque quem visita o hospital passa a valorizar a saúde.
Quem pisa no cemitério aprende a não desperdiçar o tempo.
E quem olha a prisão com humanidade entende que viver é também oferecer ao outro a chance de mudar.
No fim, o verdadeiro significado da vida talvez não esteja em conquistar tudo, mas em cuidar do que temos, amar quem caminha ao nosso lado e aprender — sempre — a sermos melhores.
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