Nem todo mundo que passa pela nossa vida fica. Mas alguns — benditos sejam — chegam de mansinho, sem prometer nada, e mesmo assim deixam tudo melhor.
Eles não fazem alarde.
Chegam com leveza, como quem não quer incomodar, e de repente já fazem parte da paisagem da nossa rotina.
Sabem ouvir sem apressar, sabem falar sem ferir.
Têm um jeito simples de existir, mas um efeito profundo em quem cruza o caminho deles.
Falam o idioma da paz.
Aquele que não se aprende nos livros, mas na escuta verdadeira.
São pessoas que sabem o valor do silêncio compartilhado, que entendem que respeito não é só sobre concordar, mas sobre acolher até o que não se compreende completamente.
Elas nos aceitam como somos — com as rachaduras, os tropeços, os dias ruins.
Não exigem perfeição, mas presença.
Não pedem máscaras, mas verdade.
E talvez seja isso que nos toca tanto: o fato de podermos ser inteiros, sem receio de sermos demais ou de menos.
Vivemos cercados por pressa, barulho e cobrança.
Por isso, quem chega com gentileza vira abrigo.
Quem toca com carinho vira cura.
Quem olha com respeito vira espelho limpo daquilo que ainda temos de mais bonito.
No fundo, a gente não se lembra tanto do que recebeu, mas do que foi sentido.
O mundo se transforma com os gestos que oferecemos, e não com o que guardamos para nós.
É o afeto que compartilhamos que permanece.
É a bondade que espalhamos que marca.
Porque, no fim das contas, a única herança verdadeira que deixamos é aquilo que fizemos sentir nos outros.
E por isso, benditos sejam.
Os que chegam leves.
Os que plantam paz.
Os que nos enxergam por inteiro e, mesmo assim, escolhem ficar.
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