Uma história no Banco da praça
Numa tarde qualquer, não muito diferente das outras, a praça amanheceu com uma novidade: um banco recém-instalado, adornado com almofadas coloridas e macias. Era parte de um projeto comunitário, simples na proposta, imenso no significado — um convite silencioso para que as pessoas parassem… só por um instante.
No primeiro dia, alguém encontrou, meio escondido sob uma das almofadas, um bilhete escrito à mão:
No dia seguinte, outro gesto. Uma xícara de chá, ainda morna, repousava sobre o banco. Ao lado, um novo bilhete:
E assim começou.
O banco virou ponto de pausa. De encontros que não precisavam de palavras. De olhares que, por segundos, se reconheciam. Um espaço onde a pressa não tinha vez.
As almofadas, antes apenas enfeites, começaram a guardar memórias: um livro deixado de propósito, um lenço esquecido — ou talvez doado —, um desenho de criança, uma flor seca, um poema rabiscado no guardanapo de um café qualquer.
O que era só um banco, virou abrigo. Refúgio. Um símbolo de que, no meio do barulho do mundo, ainda é possível escolher o silêncio, a gentileza e a pausa. E, mais do que tudo, que ainda é possível deixar um pedacinho de si… para quem vier depois.
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