Clarice, com sua sensibilidade afiada, disse o que muitos de nós sentimos, mas nem sempre conseguimos traduzir:
“Me abrace, que no abraço mais do que em palavras, as pessoas se gostam.”
E é verdade.
Há afetos que não cabem na linguagem.
Há sentimentos que escapam das palavras e encontram morada no gesto, no toque, na presença inteira de um abraço.
Um abraço sincero não explica — acolhe.
Não resolve — ampara.
É como dizer “estou aqui” sem precisar dizer nada.
É uma linguagem muda, mas infinitamente expressiva.
É o corpo dizendo o que a alma sente.
Num mundo tão ruidoso, cheio de discursos, postagens, respostas automáticas e falas ensaiadas, o abraço é um intervalo de verdade.
É um momento de pausa onde duas pessoas se encontram de fato — pele, calor, silêncio e sentimento.
Sem pressa. Sem medo. Sem máscaras.
Muitas vezes, é no abraço que a dor alivia, que o amor se reafirma, que a saudade se aquieta.
É ali, naquele instante breve e eterno, que tudo o que parecia complicado se torna simples: gostar de alguém é estar junto.
E estar junto, de verdade, começa com um abraço.
Por isso, abrace mais.
Mesmo sem motivo, mesmo sem palavras.
Porque tem coisa que só o coração entende — e o abraço fala fluentemente essa linguagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário